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Biomagnificação em protozoários

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Um dos grandes males da sociedade moderna, que se caracteriza pelo alto nível de consumo e que como conseqüência disso, força um aumento na produção industrial, e a poluição dos diversos ecossistemas através da eliminação de diferentes tipos de resíduos. Muitos desses, a exemplo dos metais pesados como o cádmio (Cd), zinco (Zn), chumbo (Pb) e níquel (Ni), têm elevado poder cumulativo ao longo das cadeias alimentares, trazendo graves consequências a um grande número de espécies, incluindo a humana.

Os chamados metais pesados representam um grupo de elementos que ocorrem em sistemas naturais, em pequenas concentrações e com densidade igual ou acima de 5 gcm-3. As fontes mais comuns dessa classe de metais no ambiente são fertilizantes, pesticidas, combustão de carvão e óleo, emissões veiculares, mineração, fundição, refinamento e incineração de resíduos urbanos e industriais.

Mediante esses fatores e com a crescente preocupação com o meio ambiente e com a qualidade de vida, diversos estudos vêm sendo desenvolvidos com vistas a compreender e avaliar a dimensão da contaminação ambiental por esses metais. Um desses, entitulado, “Biomagnification of cadmium selenide quantum dots in a simple experimental microbial food chain”, de autoria da professora da UCSB's Bren School of Environmental Science & Management, EUA, Patricia Holden, foi publicado na edição novembro da revista Nature Nanotechnology.

Resultados obtidos em uma pesquisa realizada anteriormente pela mesma autora, mostraram que alguns nanomateriais, formados a partir do seleneto de cádmio (CdSe), estavam se acumulando no interior de bactérias do gênero Pseudomonas, porém  não se conhece os impactos ambientais e se esses materiais se acumulam nos indivíduos dos níveis tróficos mais distantes. No estudo atual, os cientistas demonstraram que frações de CdSe, armazendas em Pseudomonas aeruginosa podem ser transferidas e acumuladas no protozoário do gênero Tetrahymena.

As análises mostraram que foram encontradas quantidades cinco vezes maiores de cádmio no protozoário, em relação às bactérias, das quais eles se alimentaram. Os pesquisadores observaram também que a ingestão desses microrganismos se tornou tóxica para os protozoários, pois houve a inibição da digestão em seus vacúolos alimentares. O fato deles não conseguirem metabolizar o CdSe, faz com que esse elemento fique disponível para organismos de outros níveis tróficos.

Os resultados obtidos são importantes para a compreensão do impacto da bioacumulação (biomagnificação) nesses microrganismos, que são a base da cadeia alimentar. 

23/12/2010
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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