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Peixe como modelo de expressão gênica

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A modificação genética de algumas espécies de animais se tornou uma importante e eficiente ferramenta para o estudo de diversos fenômenos biológicos, incluindo os mais variados tipos de doenças, inclusive humanas, como o câncer, por exemplo. Um animal geneticamente modificado é todo aquele em que se inseriu um ou mais genes ou do qual se removeu um ou mais genes a fim de se obter uma característica (fenótipo) desejável.

O primeiro modelo animal a ser estabelecido para estudos genéticos foi o do camundongo, a partir de então, diversas espécies, tais como, ratos, peixes, entre outros, vêm sendo utilizados nesses tipos de experimentos. A edição do dia 8 de maio da revista Nature Methods, traz um artigo que mostra os resultados do trabalho de um grupo de pesquisadores da Clínica Mayo (EUA), que desenvolveu uma nova ferramenta para identificar a função de uma proteína a partir do código genético de um peixe da espécie Danio rerio (peixe-zebra).

A equipe de pesquisadores liderada pelo professor adjunto do Departamento de Genética, Biologia Celular e Desenvolvimento, da Universidade de Minnesota, EUA, Stephen Ekker, descreveu nesse artigo um sistema de armadilha (método que permite a marcação epitópica de proteínas endógenas) para proteína mutante in vivo que mostrou a dinâmica espaço-temporal da expressão de algumas proteínas e analisou a função de um determinado gene nessa espécie.

Os cientistas observaram que a integração pGBT-RP2.1 (RP2) – um transposon contendo uma “armadilha” para proteína – interrompe a expressão gênica com uma eficiência de desligamento (knockdown) acima de 97%, em relação a vários transcritos, e ao mesmo tempo  informa a expressão de cada um dos loci gênicos. De acordo com o estudo, os alelos mutantes são reversíveis nos tecidos somáticos pela Cre recombinase ou por bloqueio do sítio de splice por intermédio da morfolino – molécula usada para modificar a expressão de um gene. Segundo os cientistas, é o primeiro trabalho sistemático condicional com alelos mutantes fora do modelo biológico rato.

Foram descritos nesse trabalho uma coleção de 350 linhagens de peixe-zebra que incluem diversos loci moleculares. As integrações RP2 mostram que há grande complexidade na estrutura genômica e na função dos genes em um organismo vivo e que pode fornecer informações sobre a localização subcelular de proteínas.

Eles acreditam que o sistema de mutagênese RP2 é um avanço em direção a um conjunto unificado de informações sobre a expressão de proteínas e a anotação funcional direta do genoma dos vertebrados.

12/05/2011
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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