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Cana melhorada e mais produtiva

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De acordo com informações do Ministério de Minas e Energia e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), na composição da Oferta Interna de Energia (OIE) no Brasil – energia necessária para movimentar a economia de um país ou região, em 2012 a participação da biomassa totalizou 28,4%, sendo 15,4 pontos percentuais foram devidos aos produtos da cana-de-açúcar (bagaço e etanol). Ao todo, incluindo a energia hidráulica, as fontes renováveis ficaram com uma participação de 42,3%, indicador bem superior ao mundial, de apenas 13%.

Esse alto percentual de participação da cana-de-açúcar mostra o elevado potencial que essa gramínea tem no mercado de combustíveis renováveis, entretanto essa condição favorável seria ainda melhor com o aumentando da sua eficiência produtiva, o que se consegue, principalmente, por meio do melhoramento genético.

Para que se possa atingir esse objetivo é necessário conhecer melhor o material genético dessa espécie, tema que é alvo das pesquisas da professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Marie-Anne Van Sluys, que também é membro da coordenação do Programa de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

A constatação dessa necessidade se deu a partir da comparação entre os dados sobre a eficiência produtiva do trigo e do milho, no período entre 1961 e 2010, e da cana-de-açúcar. Eles revelaram que as duas culturas tiveram nesse intervalo de tempo uma maior eficácia produtiva do que a cana, espécies consideradas aparentadas.

Em entrevista dada à Agência FAPESP, a pesquisadora da USP comentou que uma das possíveis respostas que  justificaria essa diferença, é a existência de programas de melhoramento assistido pela genômica para o trigo e milho, sendo estes, inexistentes  para a cana-de-açúcar. A proposta, segundo ela, é a de construir um banco de dados contendo informações do genoma da cana-de-açúcar, possibilitando uma abordagem um pouco mais integrada, assim como se encontra o programa de melhoramento genético que é utilizado para o milho e trigo.

A dificuldade da concretização desse projeto está na origem da cana que é cultiva, a qual é derivada do cruzamento da espécie Saccharum officinarum com a Saccharum espontaneum, ou seja, uma planta híbrida em que a contribuição genética das duas espécies é diferente. Como consequência, a variedade comercial é poliplóide e com um genoma contendo grande quantidade de repetições, tornando ainda mais difícil a construção do banco de dados.

O objetivo principal do projeto é o de identificar novas formas para realizar a manipulação genética do metabolismo de energia de plantas cultivadas e quando o banco de dados da cana estiver concluído, será possível realizar a transgenia nos programas de melhoramento, destacou Marie-Anne.

09/08/2013
Arlei Maturano - Equipe Biotec AHG
 

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